Desafios no pós-pandemia ganham destaque em temporada exclusiva do Educação tem Ciência Equipe Rede CpE 11/08/2022 DestaquesTerceira temporada do podcast é uma realização da Rede Nacional de Ciência para Educação com o Instituto Ayrton Senna.A pandemia afetou a educação de muitas formas. Alunos pararam de conviver com outros colegas, perdas de aprendizagem foram observadas e professores tiveram que ministrar, da noite para o dia, aulas on-line. E agora? Muitas escolas reabriram. Como a ciência pode ajudar a trilhar o caminho da reconstrução?Na atual e terceira temporada do podcast “Educação tem ciência”, vamos abordar conhecimentos relevantes para superar os desafios intensificados pela Covid-19. Essa edição contou com o apoio do Instituto Ayrton Senna (IAS), parceiro desde a inauguração da Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE) e um dos mantenedores da Rede.O primeiro episódio, já disponível em diversas plataformas de streaming, aborda o desenvolvimento socioemocional de educadores. Segundo Karen Teixeira, gerente de projetos no IAS e uma das entrevistadas no episódio, cada vez mais as competências socioemocionais têm ganhado destaque nas escolas brasileiras.De acordo com Teixeira, a partir da segunda década do século XX, o conceito de educação e o papel do professor em sala de aula passaram por mudanças. Antes, o professor era um transmissor de conhecimento e o centro do processo de ensino e aprendizagem. Com os avanços nos estudos sobre psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento, o olhar para o professor e para o aluno ganha outra perspectiva.Hoje em dia, a construção de conhecimento é entendida como um processo ativo de troca entre aluno e professor e das experiências prévias de cada um. Neste processo, as competências socioemocionais dos educadores ganham importância, pois o aprendizado do aluno se beneficia diretamente.A profissional Ana Carla Crispim, também gerente de projetos no IAS, explica que essas competências, tanto no aluno quanto no educador, podem ser entendidas como capacidades individuais que se manifestam e influenciam as tomadas de decisão, a relação com o próximo, a compreensão sobre os sentimentos e os próprios pensamentos.“Elas influenciam a forma como lutamos e persistimos pelos nossos objetivos, a forma como abraçamos novas experiências ou mesmo como lidamos com situações adversas, como a pandemia. Ou seja, são características maleáveis que podemos desenvolver ao longo da vida”, acrescenta.No IAS, as pesquisas para entender o tema começaram em 2016 e já resultaram na produção do livro “Competências socioemocionais de educadores – seu papel central para uma concepção de educação integral”.Atualmente, o Instituto trabalha com uma matriz constituída por quatro competências para educadores: autorregulação de emoções, conexão com os outros, gestão de ensino e aprendizagem e inventividade.O contexto da pandemia exigiu muito duas competências dos profissionais. A primeira é a autorregulação de emoções, que dialoga com a resiliência frente a situações inesperadas em âmbito emocional e no dia a dia da instituição escolar.A segunda foi justamente a da conexão, porque o isolamento social colocou um desafio para muitos educadores: como manter vínculos e estabelecer conexões verdadeiras com outras pessoas, sejam elas professores ou alunos?“No momento de reabertura das escolas, entendemos que as competências que precisam de maior atenção são justamente essas duas. E elas podem ser desenvolvidas”, detalha Crispim.Para professores, o IAS oferece a plataforma Humane, onde é possível realizar um cadastro e responder a uma avaliação sobre as competências socioemocionais, identificando onde o educador se encontra e como é possível desenvolvê-las. Outros links também estão disponíveis no Espaço do Educador.Se a pandemia afetou o professor, certamente impactou os estudantes. E este será o tema do próximo episódio do Educação tem Ciência, com foco nas competências socioemocionais dos alunos.Em um Mapeamento Socioemocional desenvolvido com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o IAS observou que os alunos relataram perdas em todas as competências, em especial na empatia e na persistência. Segundo o estudo, “as quedas foram tão significativas quanto as perdas de aprendizagem em matemática e língua portuguesa”.Você tem algum relato que dialoga com o tema dos episódios? Envie-nos seu relato para comunicacao@cienciaparaeducacao.org. Até lá, dê play no podcast e fique de olho no próximo programa, que será lançado no início de setembro.Deixe um comentário Cancelar ComentárioSeu e-mail não será publicadoComentárioNome* E-mail* Site Salvar meus dados neste navegador para a próxima vez que eu comentar.